Adalind Brandstatter ~construindo

HISTÓRICO: Após largar a faculdade de medicina, Adalind pareceu estar se tornando uma decepção para seus pais. Mesmo não sendo mais a mesma desde aquele fatídico dia, ela ainda os amava e não poderia aguentar mais ser olhada daquele jeito por eles. A faziam se sentir uma inútil, provavelmente não por querer, mas mesmo assim doía muito. Portanto, a loira resolveu deixar tudo para trás e ir em busca de uma vida mais calma e longe de todo mundo que conhecia. Se tornou fotógrafa de conta própria e começou a levar uma vida de nômade.

Tudo, finalmente, parecia estar em seu lugar. Dormir sob as estrelas e acordar em meio às árvores fazia Adalind se sentir viva novamente. Como nunca havia se sentido antes. Fazer trilha, montar acampamento e tudo sem importar se estava sozinha ou em grupo.  Até então sem nenhun incidente, ela se via com uma vida quase feliz.

SUPERPODER: Adalind nunca gostou da ideia de estudar medicina, mas fazia para agradar seus pais adotivos. Os únicos que jamais tivera. Estava quase completando um ano e meio de estudos quando tudo aconteceu. De início, parecia um dia completamente comum, apenas mais uma segunda-feira entediante, como todas as outras sempre eram. A loira acordou cedo e saiu para correr, tomou café e se arrumou para a faculdade, até ai nada fora do normal, era apenas sua rotina de todos os dias. Só no fim do dia é que as coisas pareceram sair de controle.

Adalind perdeu o horário e teve que ir caminhando até sua casa, até então não tinha amigos o suficiente para cogitar uma carona. A impressão de que estava sendo seguida começou logo após descer a escadaria central e sair para o gramado, mas só deu importância a isso após uns dois quilômetros de caminhada, quando aquela sombra parecia estar perto demais. Olhou uma, duas, três vezes atrás de si e não viu nada. Tentou andar mais rápido, mas já era tarde demais. Foi quando algo a agarrou por trás.

Sentiu-se cair e ser arrastada, mas sua visão já não era clara. Nada podia ver e nada podia ouvir. Tudo se tornou apenas uma confusão de dor e medo. Em sua mente, imagens começaram a aparecer e ela já não podia distinguir a realidade de seus sonhos. Adalind se viu confinada em uma espécie de caixote gelado, do qual nunca conseguiria sair sozinha. Ela gritou e tentou se soltar, porém quanto mais fundo repirava, menos oxigênio lhe restava. Em um piscar de olhos, estava de volta sendo puxada por quem é que fosse. A loira se viu a ponto de desmaiar ao ser jogada atrás do que parecia ser um monte de arbustos. Sua visão tinha apenas alguns momentos de clareza, o suficiente apenas para distinguir a forma de um homem robusto e com a sombra de uma barba por fazer.

Adalind pôde sentir mãos acariciarem seus seios e descerem até sua calça, o que só a fez querer devolver o almoço do dia. Contrariando o clima, um frio de bater o queixo domou todo o corpo da loira. Ela estava meio imobilizada, entretanto já não sentia mais aquelas mãos ásperas em seu corpo. Por um momento, pensou estar com a pele adormecida, mas quando abriu os olhos, não pode enxergar um homem. Tudo o que havia em sua frente era uma estátua de gelo em tamanho real que tinha olhos que se moviam e uma expressão de completa surpresa e horror estampada na face.